Bert cunhou as ordens do amor ou leis sistêmicas, que são:
• Pertencimento, que quer dizer que todos têm o direito de pertencer, e exclusões, independentemente das razões, trazem desordem ao sistema, daí podemos citar abortos, natimortos, pessoas dadas para adoção, pessoas com problemas de alcoolismo, drogadição, crimes, pessoas que tiveram alguma forte ligação de vida e morte, como médicos, ou doadores de órgãos, dentre outros.
• Hierarquia, e ela diz que quem veio primeiro tem a precedência, devemos honrar os mais antigos e respeitar suas posições. Também não podemos assumir responsabilidades que são de pessoas que nos precedem, por exemplo, o filho inverter a ordem e querer ser pai/mãe dos próprios pais.
• Equilíbrio entre o dar e o receber, essa lei sistêmica diz que deve haver o equilíbrio para que as relações fluam de forma positiva, quando essa lei é desrespeitada há sempre sofrimento e muitas vezes o fim da relação, seja de qual tipo for. A única relação onde esse equilíbrio não existe é a de pais para filhos, porque os filhos recebem a vida e isso é muito especial. Somente quando adultos, e após terem seus próprios filhos ou realizar algo de bom com a vida que receberam é que esse equilíbrio é restabelecido.
Ao vir ao mundo, pertencemos a um sistema e herdamos não somente a genética dos nossos antepassados, mas também suas crenças, comportamentos e as influencias de todas as vivências nefastas, tragédias, guerras, religião, desafetos, abortos, assassinatos, doenças, adoções, abandonos, falências, traições, etc.
Numa constelação fazemos uso do campo morfogenético, descoberto por Rupert Sheldrake, esse campo leva informações através do espaço e do tempo sem perder a intensidade, através dele podemos nos conectar com a energia e memórias do nosso sistema familiar, trazendo à luz emaranhamentos e tendo a possibilidade de resolver conflitos que impedem a nossa vida de seguir plenamente.
Constelar significa colocar representantes de uma questão pessoal nesse campo e observar emoções e sensações que são trazidas à tona. Podemos resolver questões diversas através da constelação, doenças, relacionamentos difíceis, questões profissionais, relação conflituosa com os filhos, etc. Em uma constelação, você consegue perceber e mudar padrões de comportamento que foram aprendidos inconscientemente e que afetam sua forma de se relacionar consigo e com os outros.
A abordagem sistêmica e as constelações nos mostram o quanto estamos enredados na sina da nossa família e como podemos alcançar a cura e evitar o sofrimento nas gerações futuras. Ao compreender as leis sistêmicas e observar as desordens do nosso sistema é possível nos libertar e ter uma vida mais leve e mais saudável.
A constelação familiar não tem nenhuma raiz na religião e também não mexe com espíritos, magia ou astrologia. Apesar de pessoas que fazem parte do sistema familiar e que já morreram serem representadas, essa representação é feita a partir da energia do campo morfogenético, e da ressonância do campo do representante com a pessoa representada.
No âmbito jurídico, a abordagem tem sido utilizada com muito sucesso em questões de família, litigiosas, heranças, separações, adoções, entre outras.
As constelações familiares foram também inclusas no rol do SUS como terapia integrativa, e isso é mais uma prova do quanto essa abordagem é considerada como terapêutica e de resultados positivos para quem a utiliza. É uma terapia breve de resultado muito intenso e profundo e traz grandes possibilidades de resolução de problemas familiares que demorariam meses ou anos numa psicoterapia comum. É vista ainda com bastante preconceito e também sofre duras criticas de pessoas que não conhecem pessoalmente esse trabalho e opinam apenas com conhecimento superficial. Só quem constela ou participa de uma constelação com o coração e a mente abertos pode tomar essa mudança dentro da alma e seguir leve para uma vida plena.